quinta-feira, 7 de abril de 2011

Charlie

No domingo trouxeram-me um coelhinho bebé e eu decidi ficar com ele para tentar que sobrevivesse. Não tinha mais que 10 centimetros de comprimento, era provavel que tivesse nascida á coisa de duas semanas.
Lembro-me de como estavam com medo durante o Domingo, passei a segunda ansiosa por voltar a ve-lo. Era complicado dar-lhe leite por uma especie de pipeta.
Começou a ficar á vontade, brincalhao e agitado. Dormiu comigo todas as noites para sentir uma especie de calor maternal, e foi isso que aconteceu: passou a ver-me como mãe. Seguia-me para todo o lado, passava horas a cheirar-me os pés e a saltar para cima deles pa chamar a minha atenção. Todos os dias brincava com ele, chamava-o e ele vinha, roçacasse em mim e adorava cheirar-me a cara.
Desde principio que todos diziam que ia morrer, que nao ia aguentar, eu fui a unica que tive força para dizer que precisava tentar, porque se o abandonasse naquela altura era certo que morria. Tive que tentar. Uma veterinaria disse que ele ia sobreviver, e animei-me, mesmo depois de ter lido que os colhos alimentados artificialmente nao costumavam sobreviver.
O meu namorado já nao me podia ouvir falar dele, contava-lhe todas a brincadeiras que tinha!
Criei uma forte ligação, com um ser que talvez nunca fosse compreender realmente, mas sabia e sentia que ele gostava de mim e me via como mãe.
Hoje quando voltei para casa da escola, a minha mae disse-me que ele estava a morrer, eu nao quis acreditar. Simplesmente não podia, estava saudavel, e energico de manha, nao podia estar a morrer em tao poucas horas.
Subi as escadas e corri para a gaiola de hamster onde ele estava, e era verdade, o corpinho pequenino dele estava frio, ele tinha dificulades a respirar, sofria com dores, tinha espasmos. Acalmou por um bocadinho e aqui tambem eu deixei de chorar, estava desesperada, já tinham passado horas desde que tinha chegado a casa. Saiu então uma especie de grito/gemido da garganta dele, as patas esticaram-se e ele deixou de respirar, voltaram as lágrimas, foi uma dor horrivel. Ele morreu ao na palma da minha mão sem, que eu pudesse fazer nada. Só quero o meu Charlie de volta.

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